Estádio Cicero Pompeu de Toledo, Morumbi, 26 de agosto de 1973. A final do Campeonato Paulista daquele ano entrava para a história do futebol brasileiro. Não apenas pela presença de mais de 116 mil pessoas nas arquibancadas, mas pelo erro na contagem do árbitro Armando Marques na decisão por pênaltis, o que acarretou na divisão do título paulista entre Santos e Portuguesa (confira reportagem especial sobre a final no vídeo ao lado).
A equipe da Vila Belmiro, que conquistou o primeiro turno do Estadual, foi a campo com: Cejas; Zé Carlos, Carlos Alberto, Vicente e Turcão; Clodoaldo e Leo Oliveira; Jair da Costa (Brecha), Euzébio, Edu e Pelé. No comando estava José Macia, o Pepe, que dava início a carreira como treinador e conquistaria, naquela tarde, o primeiro título da nova jornada.
O clube do Canindé, que não comemorava um título paulista desde 1936, foi o melhor do segundo turno da competição. E liderado pelo técnico Otto Glória, campeão português anos antes com o Benfica, decidiu o título estadual com: Zecão; Cardoso, Pescuma, Calegari e Isidoro; Badeco, Basílio, Xaxá e Enéas; Cabinho e Wilsinho.
O reencontro
Para comemorar os 40 anos do título paulista de Santos e Portuguesa, 16 personagens da final, sendo 10 alvinegros e seis rubro-verdes, reuniram-se em uma churrascaria no bairro Ponta da Praia, em Santos. Do lado da Lusa, compareceram Cardoso, Badeco, Wilsinho, Xaxá, Dicá e Basílio. Já o Santos foi representado por Bianchi, Nenê Belarmino, Clodoaldo, Marçal, Manoel Maria, Turcão, Marinho Peres, Adilson, Marcos e Pepe.
- É um prazer muito grande o pessoal ter lembrado de mim. Há muito tempo eu não participo de nada, e este foi o primeiro convite que aceitei depois que me aposentei do futebol - disse Turcão, emocionado.
- É indescritível a sensação de estarmos novamente juntos, porque há muito tempo não nos víamos. É muito bom rever os amigos e relembrar o que vivemos - comemorou Badeco, que foi capitão da Portuguesa na decisão.
Ex-atacante da Lusa e um dos precursores da ascensão do futebol feminino do País quando treinou a seleção brasileira no Mundial dos Estados Unidos, em 1999, e nos Jogos Olímpicos de Sidney, na Austrália, em 2000, Wilsinho também celebrou o encontro.
- O prazer e a honra são enormes de poder rever os amigos. O pessoal da Portuguesa eu costumo ver com mais frequência, agora com relação aos amigos de Santos é mais difícil, por conta da distância. Para mim, o real sentido deste encontro é comemorar a vida e a saúde de todos – diz.
Pepe, treinador do Peixe em 73, lembra de uma frase que o marcou após o título, e já pensa na comemoração daqui a dez anos.
- O mais interessante foi uma declaração do nosso presidente na época, Vasco José Fae, que causou um rebuliço danado: 'Vai haver bacalhoada na Serra e peixada na Baixada'. Estou muito feliz em rever o Badecão, muito meu amigo... O Marinho Peres, que foi meu jogador no Santos... É um momento maravilhoso e espero comemorar com eles, daqui dez anos, as "bodas de ouro" desta grande conquista para ambas as equipes – conta.