Lembra Dele? Ex-Santos, Fla e Verdão, Edu Marangon vira cartola
Foi o que exclamou o ex-radialista Osmar Santos, ao ver Carlos Eduardo Marangon, então meio-campista da Portuguesa, chegar aos estúdios da Rádio Globo de carrão, camisa aberta e óculos escuros, no embalo do rock. O espanto com o visual se deu pela semelhança ao personagem descrito na canção "Boy da Mooca", do grupo Joelho de Porco.
- Não só moro na Mooca como nasci lá.
A resposta foi imediata. Edu Marangon, porém, só não imaginava que faria com que Osmar lhe desse o apelido pelo qual é conhecido até hoje: "Boy da Mooca." Alcunha essa, admite, que cairia muito melhor se ainda estivesse dentro de campo.
- Se fosse nos tempos atuais, com todo o marketing que existe no esporte, e eu tenho duas empresas que lidam com isso (marketing), eu faria muita coisa com a marca (Boy da Mooca). Muita mesmo - disse o ex-jogador de Portuguesa, Santos, Palmeiras, Flamengo e Seleção.
Aos 50 anos, comemorados em fevereiro, o "Boy da Mooca" permanece ligado ao futebol, mas longe das quatro linhas. Deixou a carreira de treinador, marcada por passagens em clubes como Paraná, Juventus (da Mooca), Rio Claro, Atlético Sorocaba e SC Barueri, para virar cartola. No fim de 2012, tornou-se diretor de futebol da Portuguesa Santista - que estreou com vitória por 2 a 0 sobre o Jabaquara, pela quarta (e última) divisão paulista. Uma mudança de ares incentivada após a paciência com os dirigentes, enquanto técnico, chegar ao fim.
- Uma pessoa que tinha uma loja de R$ 1,99, presidente de clube, que nunca viu futebol na vida, disse que ia me ensinar o que era futebol. A partir daí, parei de ser técnico. Não aguentava mais pessoas que não conheciam nada, a ponto de me perguntar por que o zagueiro chutou de direita e não de esquerda, e eu responder que ele era canhoto - afirmou.
O retorno a Santos não é uma novidade para Marangon, que mora na cidade há cerca de seis anos e vai ao município desde a época em que defendeu o Peixe, no início dos anos 90. Antes da Vila Belmiro, porém, o ex-meia, revelado na Portuguesa em 1984 e com passagens por Torino (Itália) e Porto (Portugal), atuou pelo Flamengo, em 1990. A missão? "Apenas" a de vestir a camisa 10 e substituir Zico.
- Eu estava no Porto. Meu empresário (Juan Figer) telefonou, comentando que o pessoal do Flamengo estava atrás de um jogador que estivesse na Europa e tivesse jogado na Seleção para a vaga do Zico. Era uma proposta muito boa, além de um desafio gigantesco. Quem nunca quis jogar no Flamengo? Eu tinha uma boa entrada com o presidente do Porto (Pinto da Costa), então houve a liberação - recordou.
Com a camisa do Flamengo, Marangon fez parte do elenco campeão da Copa do Brasil de 1990. O momento mais marcante pelo Rubro-Negro, no entanto, foi a despedida de Zico, em fevereiro daquele ano. O ex-meia garante: fez de tudo para que o Galinho deixasse pelo menos um gol na festa - o que não aconteceu.
- Nas três despedidas do Zico, só não joguei na da Itália (em Udine). A do Japão foi muito linda, mas a do Maracanã foi maravilhosa. Tenho uma amizade muito grande com o Zico, até hoje nos falamos. Se você assistir ao jogo, 90% das bolas que pegava, eu dava para ele. Queria ficar marcado como o cara que deu o passe para o último gol do Zico pelo Fla (risos) - contou.
Marangon pouco atuou pelo Flamengo: foram só 15 jogos. Apesar disso, o fato de já ter defendido o Rubro-Negro na carreira enche o ex-jogador de orgulho.
- O grupo era muito bom. O Leandro (lateral-direito) foi um dos jogadores mais técnicos que já vi. Havia, ainda, o Leonardo na lateral esquerda, Aílton, Zinho, Renato Gaúcho... Era uma equipe muito forte. Eu senti um pouco de dificuldade com relação aos treinamentos, pois era só treino à tarde. Em São Paulo, a gente costumava treinar duas vezes por dia, então eu fazia complemento na praia. Mas é um orgulho grande dizer que já defendi o Flamengo.
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